História

Apresentação Institucional – História

  1. A Associação

A AIPAR, Associação de Proteção à Rapariga e à Família, é uma Associação sediada na cidade de Faro. Tem como missão “…proteger e promover os direitos de jovens raparigas e apoiar e capacitar as famílias, respeitando as diferenças.” Com estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social desde 1988, os fins e atividades principais enquadram-se nas alíneas a) e b), do art 1.º – A, do Dec. Lei 172-A/2014, de 14 de Novembro e são a prestação de apoio no domínio da Infância e juventude, incluindo as crianças e jovens em perigo e apoio às famílias.

À luz dos Estatutos, a AIPAR propõe-se apoiar e promover a juventude e as famílias, designadamente as raparigas, independentemente da sua condição social, situação económica, etnia ou religião, especialmente as que se encontrem mais carecidas de auxílio, que sejam vítimas de violência, maus-tratos ou abandono, e salvaguardá-las dos perigos a que podem ser expostas, propondo-se designadamente a criar serviços e a desenvolver atividades sobre a sua direta orientação, como lares, casas de abrigo, casas de acolhimento, atividades de tempos livres, creches, jardins-de-infância, escolas, residências de estudantes, respostas no âmbito da deficiência, organizar encontros, reuniões, seminários e espaços de debate. 

 O Início

A Associação de Proteção à Rapariga e à Família foi fundada em Faro, em 1934, tendo então o nome de Associação Católica Internacional ao Serviço da Juventude Feminina e conhecida na cidade por PROTEÇÃO. Foi criada por um grupo de senhoras da cidade, entre as quais Teresa Ramalho Ortigão, e presta apoio social a jovens de todo o Algarve, desde então.

Foi criada uma rede de contactos a nível distrital e nacional (existiam núcleos associativos, congéneres, em vários distritos do País e uma sede Nacional em Lisboa). No Algarve, havia pessoas de referência em várias cidades e vilas, as quais sinalizavam raparigas carenciadas, vítimas de doenças ou com outras dificuldades, procurando dar-lhes o necessário apoio social e de saúde. Para encontrarem resposta ao nível da saúde, recorriam à Associação Nacional em Lisboa – ACISJF- que ajudava a encaminhar as jovens mulheres para os hospitais a fim de receberem tratamentos que não existiam no Algarve.

Na época os apoios sociais passavam pelo acolhimento residencial temporário, para as jovens que se deslocavam para Faro; pela realização de enxovais para bebés e casamentos; procura de emprego (o mais comum era para empregadas domésticas) e procura de resposta ao nível da saúde.

Mais tarde, veio a evoluir para um lar de estudantes que, a fim de se autossustentar, recebia jovens de classe média alta e que pagavam uma mensalidade, a qual permitia alojar jovens carenciadas que desta forma podiam prosseguir estudos (Faro era a única cidade do Algarve onde existia Ensino Secundário).

As primeiras instalações foram na Rua Álvaro Sotto Maior. Posteriormente a sede passou a ser na Rua do Compromisso e depois na rua Serpa Pinto.

Em 1997, e após um período de decadência, esta Associação inicia uma nova fase na sua vida, retomando o dinamismo que a havia caracterizado anteriormente. Depois de um longo período, para atualização e regularização de procedimentos e obrigações, iniciamos a construção do edifício onde funciona a atual sede, na rua Monsenhor Henrique Ferreira da Silva nº 10, cuja construção foi iniciada em Janeiro de 2001, após concurso público. A obra foi concluída em Abril de 2007 e a inauguração foi a 10 de Agosto, do mesmo ano. Foi financiada, conforme previsto em Acordo de Cooperação, a 65% pela Segurança Social (PIDAC), 25% pela Câmara Municipal de Faro, que também cedeu o terreno, e 10% foram da responsabilidade da AIPAR.

  1. Respostas Sociais até à data

A AIPAR tem vindo a implementar respostas sociais e a desenvolver projetos que visam, essencialmente, a promoção dos direitos de crianças e jovens, quer através do acolhimento institucional, quer da capacitação das famílias. Atualmente conta com as seguintes respostas sociais e áreas de apoio:

  • Centro de Acolhimento Temporário Proteção à Rapariga (CAT)

O CAT, a primeira resposta social, entrou em funcionamento a 1 de Junho 2007. Tem por finalidade o acolhimento urgente e transitório de raparigas em risco, com idades entre os doze e os dezoito anos. O CAT tem capacidade para acolher 20 jovens, sendo que duas vagas são “Unidade de Emergência”.

A intervenção do CAT passa por proporcionar às jovens acolhidas a satisfação de todas as necessidades básicas, com especial enfoque na educação e cultura. O projeto de vida é definido com as jovens e com o apoio da família, sempre que possível. Ao longo do ano são realizados ateliers de dança, teatro e culinária, idas a feiras culturais, piscinas, praia, etc.

Para além das atividades que a Instituição oferece, as jovens frequentam outras, existentes na comunidade, que vão ao encontro das suas preferências.

  • Apartamento de Autonomização Proteção na Autonomia

Está em funcionamento desde 2015, tem capacidade para 5 raparigas, a partir dos 16 anos, com medida de promoção e proteção definida no âmbito da Lei 147/99, de 1 de setembro, nomeadamente com medidas definidas a partir da aplicação do art.º 45.º da referida Lei.

Esta resposta social proporciona às jovens as condições que as habilitem a preparar a vida adulta autónoma, adquirindo competências para a sua autonomização, nomeadamente, gestão do dinheiro, formação pessoal e profissional, visando a inserção na vida adulta ativa. Além de habitação, recebem mesada e é feita a supervisão e acompanhamento técnico.

  • Programa de emergência alimentar (Cantina Social)

O protocolo de cooperação com o ISS, I.P., no âmbito do Programa de Emergência Alimentar foi assinado em 2012. Tem como objetivo garantir o acesso a refeições diárias gratuitas. Presentemente serve cerca de 45 refeições diárias (2,50 €), no concelho de Faro.

A partir de 2020 houve um reforço de apoio pelo Município, sendo variável o número de refeições servidas.

  • Centro de Apoio Familiar e de Aconselhamento Parental – CAFAP Proteção na Família

Está em funcionamento desde 2015, com capacidade para 100 famílias e acordo de cooperação celebrado com a Segurança Social para 30 famílias do concelho de Faro. Destina-se a intervir em famílias com crianças e jovens em risco psicossocial, em duas diferentes modalidades de intervenção: Preservação familiar, vinte e cinco famílias e Reunificação familiar cinco famílias.

O CAFAP surge do entendimento de que a família é uma das principais bases para que as crianças e jovens se possam desenvolver como pessoas saudáveis física e psiquicamente. Nesse sentido, o CAFAP desenvolve um conjunto de atividades, com caráter sistémico e bioecológico, centradas nas forças, possibilidades, competências e processos de resiliência de cada uma das famílias, baseando-se sempre numa lógica e postura de respeito, colaboração e empowerment das mesmas.

Estas atividades visam, por um lado, o desenvolvimento de competências familiares mas também a sustentabilidade do lar, a fim de assegurar às crianças e suas famílias acesso a meios de vida sustentáveis e condições dignas de sobrevivência e de desenvolvimento:

– acompanhamentos, em contexto domiciliário, através dos quais se trabalham as competências parentais, pessoais e relacionais das famílias;

– apoio psicopedagógico através desses acompanhamentos e encaminhamentos para outros serviços quando necessário;

– apoio na manutenção das habitações das famílias, concretamente na entrega de mobiliário doméstico, entrega de tintas, cimento, produtos para desinfeção das casas visando a melhoria das condições habitacionais

– realização de atividades de ocupação de tempos livres, na pausa letiva do verão, para as crianças e jovens das famílias mais carenciadas e que têm dificuldade em conciliar a vida profissional e familiar, devido aos horários de trabalho; despertar de novos talentos e capacidades.

  • Centro de Atividades de Capacitação e Inclusão – CACI Proteção, Ocupação e Inclusão

Com capacidade para 24 utentes com deficiência, iniciou a sua atividade em outubro de 2019. Surge da necessidade de dar resposta adequada a jovens adultos com deficiência grave e profunda, do concelho de Faro e limítrofes.

O CACI é uma resposta social destinada a desenvolver atividades, ocupacionais ou socialmente úteis, com jovens e adultos com deficiência grave ou profunda cujo objetivo é o de promover a sua valorização pessoal e a integração social, de forma a permitir-lhes o desenvolvimento das suas competências e autonomia.

  • Programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social de quarta Geração – CLDS 4G

Candidatura submetida em Outubro de 2019, após convite do Município de Faro à AIPAR

O projeto, adiante designado de operação intitula-se “ Pegada Triangular” e será composto por diversas ações a desenvolver por uma equipa multidisciplinar, com formação nas áreas económica e social, no âmbito da Intervenção Familiar e Parental, preventiva da pobreza infantil.

É direcionado para famílias constituídas por adultos, crianças e jovens em situação de vulnerabilidade económica e social, visando o aumento de fatores nas vertentes da educação, saúde e cultura, de forma a potenciar o combate à pobreza infantil. Pretendemos intervir com mais de 1000 crianças e famílias em 3 anos.

Para além disso, a AIPAR apoia diretamente diversas famílias ao nível do apoio social (entrega de cabazes alimentares, mobiliário, material de pintura e equipamentos), existindo, todavia, diversos apoios indiretos e pontuais às famílias com vista à melhoria das suas condições e efetivação dos direitos de cidadania.

  • Espaço Circular

Atualmente vivemos numa sociedade assente num modelo económico que passa essencialmente por extrair, produzir e descartar. Este espaço nasce como contributo para uma solução mais sustentável a nível social e ambiental, foi inspirado nos princípios da economia circular, unindo a solidariedade à sustentabilidade.

Aceitamos, têxteis, vestuário, bens alimentares (para distribuição de, mobiliário, loiça, eletrodomésticos. brinquedos…). Estes bens destinam-se a ser usados nas instalações da AIPAR e a ser entregues a beneficiários das várias valências ou a outras pessoas que deles necessitem e que nos sejam referenciadas.

A Presidente,

Filomena Rosa

 

Ficheiros em anexo